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06 dezembro 2012

É DEUS o criador do mal?



Em Isaías 45.7, Deus diz: "Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas." Aceitamos como verdade inquestionável esta afirmação das escrituras. Porém, como devemos compreender este princípio?

Alguns equivocadamente usam este versículo para sustentar tal tese. Há até aqueles que afirmam que o Deus da velha aliança é totalmente diferente do Deus encarnado na pessoa de Cristo Jesus no novo testamento, colocando em cheque o caráter único, exclusivo e perfeito de Deus. Negando a sua bondade absoluta! Estas afirmações se contradizem:  “Bom e reto é o Senhor, por isso, aponta o caminho aos pecadores" Salmo 25.8) e do Novo Testamento "Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim"- João 14.10-11).

Outros se apóiam no mesmo versículo (Isaías 45.7) para dizer que Deus é um ser "equilibrado" que é tanto bom como mau. Este pensamento é idêntico ao defendido pelas seitas orientais representadas pelo símbolo o "yin-yang". Onde Deus é compreendido como um conjunto de forças opostas. Ele é perfeitamente bom, e não contém nada de maldade. "Deus é luz, e não há nele treva nenhuma" 1 João 1.5 – E comparando Deus a uma fonte de água como poderia a mesma, jorrar água doce e salgada?

Ainda há outros que aquecem o conceito da soberania Divina, pelo microondas do exagero, até o ponto de negar o livre arbítrio do homem. Segundo alguns sistemas teológicos, Deus determina tudo, e o homem é impotente para resistir à vontade do Senhor.
Há ainda os “fatalistas” que afirmam que Deus predestinou cada pessoa para a salvação ou condenação, sendo Jesus o salvador que morreu para salvar somente as pessoas eleitas pelo capricho Divino. Esta falsa doutrina alimenta o imaginário daqueles que crêem na predestinação. Deus chama todos ao arrependimento – Atos 17.30 –  porque ele não quer que nenhum homem se perca – 2 Pedro 3.9 – Jesus provou a morte por todos que nele cressem – Hebreus 2.9 e Romanos 10.12-13 – Ele mandou que os apóstolos pregassem a toda criatura, e prometeu a salvação àqueles que cressem e fossem batizados, Marcos 16.15-16.

As vezes ouço alguns cristãos afirmarem: “Não se arrependeu pelo amor, Jeová trouxe pela dor” Esta declaração irrita até a minha pele... E são ditas com certo tom de jocosidade ou ironia, como se admitisse que Deus estivesse com uma “chibata na mão”, ávido, pronto, só esperando para maltratar o primeiro que aparecer na sua frente ou cometer o menor erro possível ou ainda pela força trazer alguém cativo aos seus pés, pelo ímpeto do autoritarismo. Certamente nunca leram Mateus 7.7-12, Provérbios 10.22 – Ou pensam que Deus usa as armas do Diabo para convencer alguém? – João 10.10 – Imagine: se é Deus que produz o mal na vida dos homens, então o Diabo entrou de férias?

Deus não criou o maldade no sentido moral. "Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal" – Salmo 5.4-5. Deus não tenta ninguém, pois ele é a fonte de "toda boa dádiva e todo dom perfeito" – Tiago 1.13-17. A palavra "mal" em Isaías 45.7 vem de uma palavra original que pode ter vários sentidos. Neste contexto e em outros onde Deus faz ou traz o mal, a palavra significa "calamidade" ou "punição". É o oposto de paz. Deus usaria Ciro para "abater as nações" (Is 45.1). Em Is 45.8, Deus promete salvação (paz) e justiça (punição).

Deus criou o mal? Sim! Mas, não no sentido antropológico (humano), como se “Deus tivesse levantado numa manhã no decorrer da criação e afirmou: hoje vou criar o mal...” "E meteu a mão na massa e assim o fez" Claro que não!
Porém, quando Deus criou tudo, inclusive o homem e o dotou do livre arbítrio, favoreceu o surgimento do mal. Mesmo que nunca tenha intencionado ou desejado que tal elemento surgisse. Mas, os meios favoreceram... O Criador jamais desejou que Lúcifer se tornasse Satanás, porém dotou os anjos da capacidade de adorá-lo e obedecê-lo mediante escolhas, assim como nós. Todavia, as escolhas sempre produzem resultados sejam elas boas ou ruins. Gálatas 6.7-8  - Deus no ápice de sua bondade, segundo Ele mesmo, criou, tudo bom – Gn 1.31


Pr. Josean Dantas
*Com base nos textos de Norman Geisler / Dennis Allan