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20 julho 2012

Nascido de novo mais cantando como pecador. É possível?


Afinal, vivemos em uma época em que dar uma opinião à luz da Bíblia desperta a fúria daqueles que dizem ser servos de Deus, mas são, na verdade, fãs, fanáticos e cristãos nominais.
Resolvi, pois, atender os irmãos que desejam obter um esclarecimento quanto ao conteúdo da canção mais cantada pelo povo evangélico na atualidade, a qual começa assim:

“Como Zaqueu, eu quero subir o mais alto que eu puder”.
Primeira pergunta para reflexão: Zaqueu, quando subiu na figueira, era um seguidor de Jesus, um verdadeiro adorador? Não. Ele era um chefe dos publicanos, desobediente a Deus e corrupto (Lc 19.1-10). Nesse caso, como um crente em Jesus Cristo, liberto do poder do pecado, pode ainda desejar ser como Zaqueu, antes de seu maravilhoso encontro com Jesus?

Segunda pergunta para reflexão: Por que Zaqueu subiu naquela árvore? Ele estava sedento por salvação? Queria, naquele momento, ter comunhão com Jesus? Não. A Palavra de Deus afirma: “E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e era este chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura” (Lc 19.1-3). Ele não subiu na figueira porque estava desejoso de ter comunhão com Jesus, mas porque estava curioso para vê-lo.

Terceira pergunta para reflexão: O verdadeiro adorador deve agir como Zaqueu, ou como o salmista, que, ao demonstrar o seu desejo de estar na presença de Deus, afirmou: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.1,2)? Será que o pecador e enganador Zaqueu tinha a mesma sede do salmista? Por que um verdadeiro adorador desejaria ser como Zaqueu?
Mas o hit “evangélico” continua: “Só pra te ver, olhar para ti e chamar sua atenção para mim”. Outra pergunta para reflexão: Será que precisamos subir o mais alto que pudermos para chamar a atenção do Senhor? Zaqueu, segundo a Bíblia, subiu na figueira por curiosidade. Mas Jesus, olhando para cima, lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Observe que não foi Zaqueu quem chamou a atenção de Jesus. Foi o Senhor quem olhou para cima e viu aquele pecador perdido e atentou para ele (cf. Mt 9.36).

A atitude de Zaqueu que nos serve de exemplo não foi o subir, e sim o descer, para atender o chamamento de Jesus: “E, apressando-se, desceu, e recebeu-o gostoso” (Lc 19.6). Por conseguinte, pergunto: O adorador, salvo, transformado, precisa subir para chamar a atenção de Jesus? Não. Na verdade, o Senhor está com o contrito e abatido de espírito (Is 57.15). Espiritualmente falando, Ele atenta para quem desce, e não para quem sobe (Sl 138.6; Lc 3.30). Mais uma pergunta para reflexão: Se a atitude que realmente recebe destaque, na história de Zaqueu, foi a sua descida, por que a canção enfatiza a sua subida? O mais lógico não seria cantar “Como Zaqueu, eu quero descer”? Reflitamos. Afinal, como diz uma frase que circula na grande rede, o Senhor Jesus morreu para tirar os nossos pecados, e não a nossa inteligência. A composição não é de todo condenável, pois o adorador que se preza deve mesmo cantar: “Eu preciso de ti, Senhor. Eu preciso de ti, ó Pai. Sou pequeno demais, me dá a tua paz”. Mas, a frase seguinte provoca outra pergunta para reflexão: “Largo tudo pra te seguir”. Estamos mesmo dispostos a largar tudo para seguirmos ao Senhor? E mais: É preciso mesmo largar tudo para segui-lo?

O que o Senhor Jesus nos ensina, em sua Palavra? Em Mateus 16.24, Ele disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. Renunciar não é, necessariamente, abandonar, largar, mas pôr em segundo plano. A própria família pode ser um obstáculo para um adorador. Deve ele, nesse caso, largá-la, abandoná-la? Claro que não! Renúncia equivale a priorizar uma coisa em detrimento de outra.
Não precisamos largar a família, o emprego, etc. para seguir o Senhor! Mas precisamos considerar essas coisas secundárias ante a relevância de priorizar a comunhão com Jesus (Mt 10.27). Nesta última passagem vemos que o adorador deve amar prioritariamente o Senhor Jesus, mas sem abandonar tudo para segui-lo! Não confundamos renúncia com abandono. O que devemos largar para seguir a Jesus é a vida de pecado, e não tudo.
A canção continua: “Entra na minha casa. Entra na minha vida”. O compositor se refere a Zaqueu, mas não foi este quem convidou o Senhor para entrar em sua casa. Na verdade, foi Jesus quem lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Nota-se, pois, que esta parte da canção não é essencialmente cristocêntrica, e sim antropocêntrica. Ela não prioriza a obra que Jesus faz na vida do pecador, e sim o que o homem, o ser humano, faz para conseguir o que deseja. Enfatiza a autoajuda, e não a Ajuda do Alto.
Amém?

Outra pergunta para reflexão: Um verdadeiro adorador, um servo de Deus, alguém que louva a Jesus de verdade, que canta louvores ao seu nome, não é ainda uma habitação do Senhor? Por que pedir a Ele que entre em nossa casa e em nossa vida, se já somos moradas de Deus (Jo 14.23; 1 Co 6.19,20)?
A parte mais contestada da composição em apreço sinceramente não me incomoda muito: “Mexe com minha estrutura. Sara todas as feridas”. Que estrutura seria essa? No Salmo 103.14 está escrito: “… ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó”. Deus, é claro, conhece-nos profundamente. Ele conhece a totalidade do ser humano: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12). Creio que o compositor tomou como base o que aconteceu com Zaqueu. O seu encontro com o Senhor mudou a sua vida por completo, “mexeu com a sua estrutura” (Lc 19.7-10). Deus faz isso na vida do pecador, no momento da conversão, e continua a transformar os salvos, a cada dia (2 Co 3.18).

Quanto a sarar feridas, o Senhor Jesus de fato nos cura interiormente. Mas não pense que estou aqui defendendo a falsa cura interior, associada a regressão psicológica, maldição hereditária, etc. Não! O Senhor Jesus, mediante a Palavra de Deus e a ação do Espírito Santo, cura os quebrantados do coração, dando-lhes uma nova vida (Lc 4.18; 2 Co 5.17).
Diz ainda a canção: “Me ensina a ter santidade. Quero amar somente a ti. Porque o Senhor é o meu bem maior”. Sendo honesto e retendo o que é bom na composição (1 Ts 5.21), Deus, a cada dia, nos ensina a ser santos, em sua Palavra (Hb 12.14; 1 Pe 1.15-25). Além disso, Ele é, sem dúvidas, o que temos de mais precioso mesmo e, por isso, devemos amá-lo acima de todas as coisas (2 Co 4.7; Lc 10.27).

Quanto à última frase “Faz um milagre em mim”, o compositor comete o mesmo erro de português constante da campanha de publicidade da Embratel: “Faz um 21”. Na verdade, no caso da canção o correto seria: “Fez um milagre em mim”. E, no caso da Embratel: “Faça um 21”. Quer saber por quê? Aí já é querer demais, não é? Investigue, pesquise, caro internauta, principalmente se você é um editor de blog. Conhecer o vernáculo é uma necessidade de quem lida com textos.
Diante do exposto, que os pecadores, à semelhança de Zaqueu, desçam, humilhem-se, a fim de receberem a gloriosa salvação em Cristo (Lc 18.9-14). E quanto a nós, os salvos, os verdadeiros adoradores, em vez de subirmos o mais alto que pudermos, que também desçamos a cada dia, humilhando-nos debaixo da potente mão de Deus (1 Pe 5.6), a fim de que Ele nos ouça e nos abençoe (2 Cr 7.14,15).


Pr. Ciro Sanches Zibordi

18 julho 2012

Sou músico evangélico, mais toco em boates. Qual o problema?


Noto com estranheza e pesar, que músicos cristãos, instrumentistas e cantores, denominados evangélicos, estejam trabalhando em bares, boates e shows com outros profissionais não crentes, executando músicas que nada tem a ver com o novo cântico daquele que, por meio de Cristo, fora feito nova criatura.

Defendendo-se, alguns dizem que são profissionais e que trabalham com a música secular porque o mercado de trabalho para o músico cristão, no meio evangélico, é escasso. Isso é verdade; até porque a profissão de músico evangélico não é mercado de trabalho aberto, ou seja, é profissão muito restrita, onde a relação procura e oferta, é brutalmente desproporcional. Possivelmente é mais de 50/1.Ora, assim também era na congregação dos israelitas, onde apenas quatro mil músicos profissionais (1 Cr 23. 5) foram convocados para trabalhar como músicos. Observe-se que entre os restantes 34 mil levitas convocados por Davi e entre os mais de 3 milhões de hebreus que compunham a população de Israel, existiam outros milhares de músicos, que não tiveram espaço para trabalhar no templo.

Nem por isso ficaram sem trabalhar em outra profissão, nem deixaram de cantar ou tocar seus instrumentos para louvar a Deus. Assim também, milhares de músicos cristãos não terão lugar para trabalhar no meio evangélico, e necessariamente terão que procurar outra profissão para sobreviver.
Na música secular, por outro lado, o problema é o mesmo. Segundo o Sindicato dos Músicos do Estado de São Paulo, a situação do músico profissional, que nunca foi boa, atualmente é caótica.
Devido o surgimento da música eletrônica computadorizada, dos salões de dança com música eletrônica, e a proliferação dos estúdios digitais de gravação profissionais e amadores, estima-se que dos 40 mil músicos profissionais do Estado, incluindo-se os 20 mil inscritos na Ordem dos Músicos, mais de 60% já mudaram de profissão, e dos que ficaram mais de 30% estão fazendo bico em outras atividades.

Charles Gounod, famoso compositor francês, autor de grandes obras, como Redenção, Mireille, Serenata, Ave-Maria e outras, talvez tivesse razão quando fez esta surpreendente afirmação: A música, como arte, é a mais esplêndida de todas; como profissão, é detestável; de resto, é justo que assim seja; a Terra não pode acolher o que pertence ao Céu.

Por outro lado, justificando o fato de estarem trabalhando na noite, alguns músicos cristãos dizem que estão seguindo a orientação de Paulo (1 Co 9. 22), segundo a qual, ele se fez de "fraco para com os fracos, a fim de ganhar os fracos". Ocorre, porém que o texto em referência não se aplica aos não crentes, uma vez que Paulo se referia aos crentes fracos na fé, a saber, àqueles que não conseguiam discernir a doutrina cristã em relação aos preceitos mosaicos. Os fracos desse texto não são incrédulos, e sim, crentes que precisavam ser fortalecidos na fé, a fim de viverem a liberdade com que Cristo os libertou. Portanto, o argumento, neste caso, não tem validade, pois do contrário os crentes teriam que participar do pecado para evangelizar os pecadores.
Já alguns músicos instrumentistas justificam sua atividade musical no mundo argumentando que o que eles fazem é apenas acompanhar os cantores, não tendo nenhuma participação na mensagem que eles transmitem. É óbvio, porém que isso não é possível, uma vez que ao interpretar a música, o músico instrumentista inevitavelmente participa de toda a sua expressão.
Na verdade, ele se torna conivente com o cantor, com o qual estará participando ativamente na interpretação, no estilo e nas características da música, já que, através do seu instrumento, ele se torna intrinsecamente integrante da obra musical, cuja mensagem, transmitida pela letra, tem como único objetivo, expressar o mundanismo de Satanás, que se opõe a Deus e a tudo o que é espiritual.

Por conseguinte, vem a pergunta: que relação poderia ter o crente músico com a música mundana? Músico cristão é uma profissão como qualquer outra? Por um lado poderia o crente músico (cantor ou instrumentista) interpretar esse tipo de música por gosto ou profissionalmente, sabendo-se que o objetivo dessa música é se opor a Deus e afastar as pessoas do seu reino? Poderia o crente, por outro lado, obter o seu sustento trabalhando, por exemplo, numa fábrica de cigarros ou de bebidas alcoólicas, sabendo-se que tais produtos só no Brasil matam mais de 300 mil pessoas por ano? A resposta é não.

Questionando-me um dos meus amigos músicos sobre música secular, perguntou-me: Caso uma cantora de ópera venha a se converter deverá parar de cantar ópera? A resposta poderia ser um sim ou um não, dependendo das circunstâncias. Veja que a mesma resposta serve para todos os músicos profissionais de música secular que também venham a se converter.
Observe-se que se a cantora de ópera pudesse refazer o seu repertório excluindo os temas mundanos, por exemplo, a ópera bufa e a ópera cômica, cujos temas irreverentes são essencialmente mundanos, a resposta poderia ser sim. E neste caso poderia até incluir no repertório óperas cristãs como a espiritual, denominada oratório, e a sacra, cujos temas são religiosos.
Porém, no caso da música popular, será isso inteiramente impossível, uma vez que o músico profissional desse segmento musical terá que estar na área para o que der e vier, ou seja, não poderá escolher o seu repertório, até porque, se o fizer, não encontrará emprego, já que a música secular, cujos temas são mundanos, é a que mais se destaca em todos os lugares.

Depois, levando-se em conta que a situação é delicada, o bom senso recomendaria a que, mesmo precisando arranjar outra profissão, caso não haja espaço para trabalhar no meio evangélico (e já se sabe que não o há), o músico profissional cristão, comprometido com o reino de Deus, não poderia se envolver com a música mundana propriamente dita, a menos que, abafando sua consciência, queira ignorar o ensino da Palavra de Deus.
Mas se ele vir a ser fiel e depositar a sua confiança na providência divina, as portas de trabalho vão se abrir, ainda que seja em outra profissão, porque Deus é fiel e, segundo a Bíblia, nunca se viu "o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão". Sl 37.25.
 
Davi, neste mesmo salmo já havia dito: "Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará aos desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará". Vs. 3 a 5. No entanto, a recusa em participar da música mundana não exclui a possibilidade de o músico cristão se prover dos recursos e conhecimentos técnicos musicais contidos no celeiro da música secular, pois a Palavra de Deus (1 Ts 5. 21) nos ensina que devemos julgar todas as coisas e reter o que é bom.

Creio no entanto que o celeiro da música evangélica mundial não é menos rico do que o celeiro da música secular. Até porque, do contrário, os músicos evangélicos não seriam tão assediados pelo setor secular, como, de fato, o são. Se por um lado fora remido dos próprios pecados pelo sangue do Cordeiro, bem assim tendo sido tirado do império das trevas, o músico cristão não poderia, de outra forma, cantando ou executando músicas mundanas tornar-se parceiro de Satanás, o imperador das trevas. Não se serve a dois senhores. Ou se serve a Deus, ou se serve ao diabo.

"...As más companhias corrompem os bons costumes". 1 Co 15. 33.
"E não vos associeis às obras infrutíferas das trevas...". Ef 5. 7-11.
"Não te tornes cúmplice de pecados de outrem... ". 1 Tm 5. 22.
"... Não sejas participante dos seus pecados... ". Ap 18. 4.


Pr. Pedro Liasch Filho
Extraído do seu livro, Músicos de Cristo, Editora Reviva

14 julho 2012

Não nos enganemos com as bugigangas da religiosidade


Nos cultos de muitas igrejas de libertação, objetos variados são empregados como canais de bênção. Eles são ungidos (abençoados) nos cultos com o objetivo de passarem ao fiel algum tipo de benefício. Os mais comuns são a água fluidificada (colocada sobre o rádio ou TV durante a oração do “homem de Deus”), a rosa ungida, ramos de arruda, sal grosso, óleo, água, vinho, pedrinhas trazidos da “terra santa” (Israel), fitinhas, pulseiras e lenços.
Embora os líderes dessas igrejas insistam que esses objetos abençoados funcionam apenas como apoio para a fé dos crentes, ao fim, acabam sendo usados como talismãs, fetiches e outros objetos “carregados” de poder espiritual. Os seus possuidores devem usá-los de acordo com algum tipo de ritual, após o culto. A água pode ser bebida em casa, após a oração de consagração. O “cajado de Moisés” deve ser usado para bater naquilo que o crente gostaria de ter (um carro novo, por exemplo). Lenços ungidos devem ser carregados junto ao corpo por determinado tempo, geralmente durante o tempo de uma corrente de oração.(1)

Muitas vezes objetos são “abençoados” nessas igrejas com o objetivo de espantarem e expelirem demônios. A idéia que está por detrás desse uso religioso de artigos e objetos é o de que as entidades espirituais (anjos e demônios) podem ser atingidas através dos sentidos como cheiros, cores, gosto e vozes. Nesse ponto os cristãos do primeiro século se afastaram significativamente das práticas exorcistas do Judaísmo da sua época, que foram desenvolvidos no período intertestamentário. Os métodos rabínicos de tratar com demônios incluía o uso de tochas de fogo à noite, amuletos, filactérios,(2) fórmulas mágicas, fumigações, entre outros. A idéia era que essas coisas teriam em si algum tipo de poder mágico contra os demônios.(3) No cristianismo primitivo, entretanto, a idéia de que demônios pudessem ser atingidos através de sons, cheiros ou coisas materiais e tangíveis, está ausente.
É importante dizer que não duvido da sinceridade e da boa-fé dos que empregam esses objetos. Entretanto, podemos estar sinceramente enganados no que diz respeito ao culto a Deus, como os judeus na época de Paulo (Rm 10.1-2). É minha convicção que o uso desses objetos como apoio para fé ou canal de bênçãos não faz parte do culto agradável a Deus que nos é ensinado nas Escrituras.

Entendendo o uso de objetos na Bíblia
Salta aos olhos de quem conhece as práticas religiosas populares que o uso de objetos ungidos pelas igrejas de libertação é bastante semelhante ao benzimento de objetos no baixo espiritismo, artes mágicas e no ocultismo em geral. Entretanto, essas igrejas argumentam que a prática tem base na Bíblia. Provavelmente a passagem bíblica mais citada é Atos 19.12, onde se relata o uso dos aventais e lenços de Paulo para expulsar demônios em Éfeso. É preciso salientar, entretanto, que esse acontecimento é o único do gênero que temos registrado no Novo Testamento. Fez parte dos “milagres extraordinários” que o Senhor realizou em Éfeso pelas mãos de Paulo (At 19.11).
Devemos interpretar essa passagem da mesma forma como interpretamos os relatos do Antigo Testamento sobre o cajado de Moisés (Ex 8.5,16) e o manto de Elias (2 Re 2.8,14). Esses objetos foram veículos materiais do poder miraculoso desses homens. O propósito das narrativas acerca do poder que havia neles foi mostrar o extraordinário poder de Deus nas vidas dos seus possuidores, comprovando que a sua mensagem vinha realmente da parte de Deus. O ponto é que esse poder era tão grande que até as coisas com as quais Moisés e Elias tinham contato diário se tornavam canais através dos quais ele era transmitido.
Além dessas ocorrências no Antigo Testamento mencionadas acima, outros eventos são citados como justificativa para o uso de objetos como veículos do poder divino. Moisés fez uma serpente de bronze (Nm 21.9). Eliseu usou um prato novo com sal para miraculosamente sanar as águas de Jericó (2 Re 2.19-22), um pouco de farinha para purificar uma comida envenenada (2 Re 4.38-41), um pau para fazer flutuar um machado que caiu no rio (2 Re 6.1-7). Sob seu comando, as águas do Jordão serviram para curar a lepra de Naamã (2 Re 5.1-14). Seu bordão parece que era usado para realizar milagres (2 Re 4.29) e seus ossos ressuscitaram um morto (2 Re 13.20-21). O profeta Isaías usou uma pasta de figos para curar Ezequias (2 Re 20.7).

Alguns eventos narrados no Novo Testamento são também citados como prova. As vestes de Jesus tinham poder curador. Não somente a mulher com um fluxo de sangue foi curada ao tocá-las (Lc 8.43-46), mas muitas outras pessoas doentes (Mt 14.36; Mc 6.56; cf. Lc 6.19). Em pelo menos duas ocasiões, Jesus usou saliva para curar cegos (Mc 8.22-26; Jo 9.6-7), e em outra, para curar um mudo (Mc 7.33). Aparentemente, a sombra de Pedro, após o Pentecostes em Jerusalém, acabava por curar a quem atingisse (At 5.15).
Devemos entender, entretanto, qual o objetivo dessas narrativas. Em todas elas, o conceito é sempre o mesmo. Jesus e os apóstolos eram tão cheios do poder de Deus que as coisas com as quais tinham contato íntimo se tornavam como que em extensões deles, para curar e abençoar as pessoas. O objetivo é idêntico: enfatizar a enormidade do poder de Deus em suas vidas, e assim, atestar que a mensagem pregada por eles, bem como pelos profetas do Antigo Testamento, vinha de Deus. A prova eram os poderes miraculosos tão extraordinários que até mesmo vestes, bordões, ossos, saliva, sombra e lenços desses homens transmitiam o poder curador de Deus que neles havia. É dessa forma que devemos entender o relato de Atos 19 sobre o poder curador dos lenços e aventais de Paulo.
Evidentemente, essas passagens não servem como prova de que, hoje, as igrejas evangélicas podem abençoar objetos e usá-los para expelir demônios, proteger seus possuidores contra forças negativas e curar moléstias. Notemos as principais diferenças entre o uso destes objetos nos relatos bíblicos e o uso que é feito hoje pelas igrejas de libertação.

1. Foram usados como símbolos – Em vários casos, o papel de objetos na execução dos milagres bíblicos é melhor entendido como tendo sido simbólico. De alguma forma estavam relacionados à natureza do milagre: uma serpente de bronze para curar mordeduras de serpentes, um pedaço de pau para fazer um machado flutuar, sal e farinha para purificar águas e comida (os dois elementos eram usados nos sacrifícios), ossos para trazer vida e água do Jordão para “limpar” a lepra. Nas igrejas de libertação, muito embora se diga que os objetos funcionam simbolicamente como apoio para a fé, acabam sendo aceitos pelos fiéis menos avisados como possuindo em si mesmos alguma virtude ou poder.

2. A natureza dos milagres em que foram empregados – Os objetos fizeram parte de milagres que não vemos serem repetidos hoje. A melhor maneira de provar que o uso de objetos ungidos hoje opera a mesma liberação do poder divino como nos eventos relatados na Bíblia, seria abrir rios, ressuscitar mortos, curar leprosos, cegos e aleijados, sanear águas amargas e limpar comidas envenenadas usando objetos pessoais dos missionários e obreiros dessas igrejas. Entretanto, os “milagres” efetuados pelos objetos ungidos nas igreja de libertação nem de perto se assemelham aos prodígios extraordinários narrados nas Escrituras.

3. Seu uso limitou-se ao momento do milagre – Nenhum dos objetos empregados na Bíblia preservaram algum “poder” em si mesmos após o milagre ter ocorrido. A serpente de bronze, até onde sabemos, não foi mais usada para curar mordidas de serpentes após o incidente no deserto, muito embora os judeus supersticiosos passassem a adorá-la como a um deus. É natural supor que Eliseu, após usar o manto de Elias para abrir as águas, usou-o normalmente como peça do seu vestuário, sem que o mesmo exercesse qualquer poder mágico nas coisas em que tocava. O sal, a farinha e o pedaço de pau que ele usou para fazer milagres foram tirados da vida normal e retornaram a ela após seu uso. Não retiveram qualquer propriedade miraculosa em si mesmos. Semelhantemente, os lenços e aventais de Paulo tiveram um uso especial somente em Éfeso, e provavelmente somente durante um determinado período, ao longo dos três anos que o apóstolo passou ali. Em contraste, as igrejas da libertação ungem e abençoam objetos e atribuem a eles efeitos que permanecem muito tempo após a cerimônia. É algo bem diferente do uso ocasional feito pelos profetas e apóstolos.

4. Os objetos estavam ligados à pessoa dos homens de Deus – Alguns dos objetos usados eram coisas pessoais dos homens de Deus, como a capa de Elias, o bordão de Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e, num certo sentido, a sombra de Pedro. Eles só foram empregados por isso. O alvo era mostrar o extraordinário poder de Deus sobre tais homens. Quando refletimos no fato de que somente coisas pessoais dos profetas, do Senhor Jesus e dos apóstolos foram usadas, perguntamo-nos se nossos objetos pessoais teriam o mesmo poder. A resposta humilde deve ser “não”. Os profetas, o Senhor e os apóstolos foram pessoas especiais e pertenceram a uma época especial e única dentro da história da revelação. A suspeita de que nossos objetos pessoais são impotentes para realizar milagres fica ainda mais fortalecida quando não descobrimos nas Escrituras qualquer exemplo de coisas dos crentes comuns sendo usadas com esse fim.(4)

5. Nenhum dos objetos empregados foi ungido ou abençoado – Essa é uma diferença fundamental. Nas igrejas de libertação, os objetos são ungidos, abençoados, fluidificados e consagrados através da oração e da imposição de mãos dos pastores e obreiros, depois do que, passam supostamente a ter poderes especiais. No entanto, em nenhum dos casos mencionados nas Escrituras, os objetos empregados nos milagres passaram, antes, por uma cerimônia de consagração. A Bíblia desconhece totalmente a “unção” de coisas com o fim de serem empregadas em atos miraculosos, para atrair as bênção de Deus, ou ainda, para expelir demônios e doenças. É verdade que no Antigo Testamento alguns objetos, utensílios e mobília do tabernáculo, e depois, do templo, foram ungidos com sangue e óleo. Mas o propósito não era investir essas coisas de poderes especiais, e sim separá-las do seu uso comum para o uso sagrado nos rituais de sacrifício. Eliseu não ungiu nem consagrou, pela oração, o sal, a farinha e o pedaço de árvore que usou para operar milagres. Nem Isaías ungiu a pasta de figo para curar a úlcera de Ezequias. Nem mesmo a serpente de bronze passou por uma consagração, antes de ser erigida diante do povo envenenado pelas serpentes. Os lenços e aventais de Paulo não passaram pela imposição de mãos do apóstolo antes de serem levados aos doentes e endemoninhados. O que dava “poder” àqueles objetos era o fato de que pertenciam, ou foram manipulados, por pessoas sobre quem o poder de Deus repousava de forma extraordinária.
A conclusão inescapável é que não existe qualquer fundamento bíblico para que, hoje, unjamos e abençoemos objetos com o propósito de transmitir, através deles, uma medida do poder de Deus. Mais uma vez repito: creio que Deus faz milagres hoje. Creio que ele poderia usar o que quisesse para fazer isso. Entretanto, creio também que Deus nos revela em Sua Palavra os seus caminhos e seus meios de agir, para que não sejamos iludidos pelo erro religioso. E se vamos usar as Escrituras como regra da nossa prática, bem como critério para discernirmos a verdade do erro, acabaremos por rejeitar a idéia de que, pela oração e unção, determinados objetos repassam uma bênção de Deus aos seus possuidores.

Augustus Nicodemus Lopes

07 julho 2012

Festa Junina na Igreja: cultos aos demônios?

Junho e julho são meses em que são comemoradas as festas juninas e julinas em todo o País. De caráter popular, as festas geralmente oferecem quitutes feitos de milho e doces e são feitas em homenagens aos santos da igreja católica, particularmente São João, além de Santo Antônio e São Pedro.

Mas a pergunta que muitos evangélicos se fazem nesta época é: podem os crentes participar dessas comemorações e comer da comida consagrada aos santos?

O teólogo e reverendo Augustus Nicodemus discorreu sobre o assunto em um artigo em seu blog e chama a atenção para que os crentes não participem de cultos e festividades que tem como objetivo final prestar homenagens a santos e imagens. Lembrando os ensinamentos de Paulo aos coríntios, ele cita que o apóstolo havia dito que os deuses dos pagãos são imaginários. “Ele afirma que aquilo que é sacrificado nos altares pagãos é oferecido, na verdade, aos demônios e não a Deus (1 Coríntios 10.20)”.

Na explicação do teólogo, os gentios não tem consciência que oferecem seus sacrifícios aos demônios. Referindo-se aos habitantes de Corinto, ele diz: “obviamente, eles pensavam que estavam servindo aos deuses, e nunca a espíritos malignos e impuros. Entretanto, ao fim das contas, seu culto era culto aos demônios”, ressalta. O princípio fundamental é que o homem não regenerado, ao quebrar as leis de Deus, mesmo não tendo a intenção de servir a Satanás, acaba obedecendo ao adversário de Deus e fazendo sua vontade, diz o teólogo.

“Satanás é o príncipe desse mundo. Portanto, cada pecado é um tributo em sua honra. Ao recusar-se a adorar ao único Deus verdadeiro, o homem acaba por curvar-se diante de Satanás e de seus anjos”, diz, citando Romanos 1:18-25. O reverendo destaca que comer a “carne” no templo onde a comida é dedicada aos santos, significa fazer parte do culto prestado a demônios “assim como comer o pão e beber o vinho na Ceia é parte de nosso culto a Deus”.

Ele conclui que consumir comidas servidas durante as festas juninas, como pamonha, milho, paçoca, pipoca ou pé de moleque no âmbito do evento, significa no “frigir dos ovos” prestar um culto aos santos. Diante disso, a conclusão é que não é recomendável a participação dos evangélicos em festas consagradas a e estas imagens ou entidades religiosas.

Uma outra questão é se devemos ou não aceitar convites para eventos na casa de pessoas que professam outra fé ou mesmo são adeptos da idolatria. “Sim e não, responde Paulo. Sim, caso não haja, entre os convidados, algum crente “fraco” que alerte sobre a procedência da carne (1 Co 10.27). Não, quando isso ocorrer (1 Co 10.28-30)”, diz Nicodemus em seu artigo.

Já comer esses quitutes fora do ambiente de culto é lícito, pois fora do ambiente do culto pagão o alimento não mantém nenhuma relação especial com os demônios. “Está ‘limpa’ e pode ser consumida”, resume o estudioso.
Augustus Nicodemos
Gospel Prime

06 julho 2012

Quem está sendo adorado?


Nesses últimos 25 anos o universo cristão vem sendo invadido por ondas de adoração. No final da década de 80 ainda respirávamos o ar poluído deixado pela ditadura e havia uma espécie de revolta no ar e isto, acabou influenciando todo o mundo da arte, inclusive os segmentos cristãos. A comunidade cristã evangélica, área que podemos falar com melhor propriedade, saía dos hinos propriamente ditos, aqueles executados e cantados nas Igrejas com auxílio dos órgãos e pianos, e alçava vôo pelos acordes das guitarras e batidas síncopes das baterias, sob a máxima da nova música evangélica que ficou conhecida como gospel music, termo em inglês que significa música da boa nova. 

      As bandas, grupos, conjuntos e afins se formaram aos montes, todos nós fomos influenciados de forma direta ou indireta, e se não aderimos, pelo menos aceitamos a nova forma de divulgar o evangelho. Nesse período nasceram os chamados “guerreiros da adoração” pseudônimo daqueles que cantavam os famosos “corinhos de guerra”, quem não se lembra do Pr. Ademar de Campos cantando: “pelo Senhor marchamos sim, o seu exército poderoso é... O nosso general é Cristo...” Músicas com o mesmo sentido poético proliferaram-se pelas igrejas evangélicas no contexto o povo de Deus não estava apenas cantando, mas, defendendo um ideal de liberdade dizendo para a nação brasileira que tinham um general e Dele não abriam mão.

            Em meados da década de 90, comprovou-se o surgimento das famosas comunidades evangélicas, estas deram um novo tom à adoração no meio cristão, iniciava-se a composição de músicas mais introspectivas e com um forte apelo congregacional. “Foi uma época dos chamados “adoradores sem face” onde as letras invocavam a Deus, usando como referência o ícone temático: “ Te adoramos Deus na beleza da sua santidade... “Buscamos a tua face, ó Deus.” O Ministério Koinonia, fruto de uma dessas Comunidades de adoração e que projetou cantores como Kleber Lucas, Alda Célia e outros, foi uma espécie de mentor dos demais ministérios de música. Nessa fase os líderes evangélicos, começaram a repensar a musica cristã e os seus efeitos nas pessoas, tornando-a mais evidente na liturgia do culto e considerando-a uma poderosa ferramenta de evangelização.

            Apartir do século XXI com os pesados investimentos na música gospel e com o instantâneo crescimento dos meios de comunicação de massa, em particular a Internet (rede mundial de computadores), vimos uma “tsunâme” de novos cantores, bandas, ministérios de louvor em sua grande maioria sob a égide dos “adoradores apaixonados.” Tendo como precursor o inspirado David Quinlan que com sua forma emotivamente personalizada de adorar, influenciou decisivamente a vida de muitos ministérios de música. Entre eles, o Diante do Trono, sob liderança de Ana Paula Valadão, que contagiou o Brasil com várias canções e espetáculos que somavam perto de 1 milhão de pessoas, algo até pouco tempo atrás inacreditável para o segmento gospel.

            O que chama atenção para estes movimentos de adoração é se eles estão de fato causando o impacto que teoricamente se propõe: conduzir o povo de Deus a perfeita adoração, mencionada no livro de Hebreus 13.15 “ que afirma: “Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome”, no contexto exige uma postura comprometida com a vida diária de louvor e não apenas com os efeitos de um show ou de um momento. Apesar de reconhecer a importância da música cristã como um dos elementos canalizadores da unção, isto, não a torna essencial por que a verdadeira adoração nasce primeiro no Espírito do homem e em seguida é repassada para o entendimento que se encarrega de torná-la evidente na existência do adorador. E esta condição é imperativa e imutável já que Cristo em João 4.24 afirmou: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”, fica claro que as variáveis externas dependem da alegria interior. O equívoco está em tentar produzir uma adoração mecânica, ritualística, litúrgica, mediana... O que é muito comum nos dias de hoje, onde se percebe ministros de música e bandas, tentando agradar um determinado público alvo, desviando o foco para o que não é eterno e conduzindo erroneamente as pessoas para o que é efêmero ou seja para o espetáculo, luzes, som, fumaça, cantor, músicos e etc. Não há nada de errado em usar estes recursos. Todavia, parece que a mídia evangélica está cegando os cristãos modernos com tanta produção e tecnologia e as gravadoras estão lançando os servos de Deus não para servir o povo com o talento dado pelo Criador, mas, para que ele dê lucro e que isto resulte no estrelato gospel. Pode ser que em pouco tempo, os cristão não queiram mais se chamarem de adoradores e sim de fãs... Isto seria o declínio total.
            Porém no meio destas ondas, acredita-se que existam aqueles de quem Cristo fez menção, conforme João 4.23 “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”, são exatamente estes  que expressam e entregam o melhor de si mesmos para Deus como oferta agradável e que de fato são conhecidos por Ele.


Pr. Josean Dantas
Comunidade Vida

SUPORTANDO E VENCENDO AS PRESSÕES...


Temos muito que aprender com Davi, Jesus e o Apóstolo Paulo, que durante suas vidas aqui na terra viveram sob forte pressão externa. Davi fora consagrado Rei sob orientação divina pelas mãos do profeta Samuel, ainda bem jovem, segundo estudiosos do assunto entre 16 e 18 anos - I Samuel 16.11-13 - e teve que esperar um tempo para assumir o trono, visto que o Rei que lhe antecedera (Saul) mesmo tendo perdido a unção para governar o povo ainda continuava no poder. I Samuel 13.8-14

Sabedor que Deus encontrara um substituto para o trono, o Rei Saul se encheu de ciúmes e ódio, e tentou de várias formas matar Davi, esta ira vinha crescendo dia após dia chegando ao limite quando o jovem pastor de ovelhas de 1,55 cm de altura, derrotou o famoso gigante Golias do alto dos seus 2,93 cm de altura, um feito que elevou muito o prestígio de Davi junto ao povo, fazendo a nação se regozijar em Deus. I Samuel 18.6-12 - Por causa disso, o Rei planejou a morte de Davi várias vezes, porém ele manteve a sua submissão e integridade, mesmo ciente de que o Senhor o tinha ungido para reinar e por ora o direito lhe fora negado pelos homens. Mas, ele resistiu firme a pressão e não explodiu! Resumindo, a história é concluída com o suicídio de Saul e a elevação de Davi ao trono de Israel como o Senhor lhe havia prometido. I Samuel 30.4-6

“Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” Mateus 4.8-10

Quando leio este versículo bíblico, fico imaginando Jesus olhando para a cara do diabo... Não estava sendo oferecido a Ele um prêmio de 1 milhão de reais que acredito para a maioria dos brasileiros é um valor bastante significativo. Segundo o texto, foi lhe ofertado todos os Reinos do mundo e suas glórias, uma fortuna incalculável! Já passou pela sua cabeça quanto vale o planeta terra? Foi exatamente este montante oferecido a Jesus. Quanta pressão?! Porém, o nosso Salvador resistiu firme, pois tinha consciência da sua missão e do seu valor para o Pai. O que me enoja é saber que existem pessoas que se vendem por migalhas, ou por cargos, ou por status, apenas para aparentar uma presença de poder... Cristo, não se dobrou diante de tamanha oportunidade, preferiu a simplicidade do ser ao desespero do ter. Por este motivo tenho orado assim: Ensina-me Espírito Santo a rejeitar a opulência, ostentação e o orgulho.

“Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado, antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias” II Coríntios 6.4

O apóstolo Paulo tinha plena consciência do seu chamado e suportar pressão era uma constância no seu dia a dia. Sempre esteve envolvido em muitos tumultos populares, por defender o evangelho de Cristo. Ser acusado injustamente de baderneiro e levado à prisão era um dos menores problemas que ele enfrentava na sua missão. Mas em nenhum momento o vemos murmurando, reclamando ou tentando desistir. Pelo contrário seguiu firme até o fim, completando a carreira e guardando a fé. Com base nas experiências distintas entre si que os homens de Deus sofreram, percebemos que existe algo comum entre eles: todos suportaram ou souberam administrar a pressão das tentações, dos orgulhos pessoais e das divergências com serenidade e firmeza.


Pr. Josean Dantas
Comunidade Vida