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25 janeiro 2013

NÃO SUBESTIME AS PESSOAS...


José um dos filhos de Jacó era o mais novo dos seus irmãos e numa cadeia hierárquica o menos favorecido, pois, todos aqueles que excediam em idade sobre ele tinham maior nível de poder. A tradição judaica sempre valorizou a figura do primogênito (primeiro filho ou filho mais velho), porém, José tinha uma característica que o colocava em posição privilegiada entre os seus irmãos e chamava a atenção dos seus familiares: a capacidade de interpretar sonhos. Não somente isto, como era o mais novo, nascido num tempo em que Jacó já estava bem velho e respeitava muito a pessoa de seu pai, sempre lhe informando sobre as atitudes dos seus irmãos era visto como um filho obediente pelo velho Jacó. Não demorou muito para as suas virtudes serem percebidas a ponto de seu pai lhe presentear como uma túnica multicolorida o que chamava a atenção de todos e dava a ele certa posição de destaque.
            Todos estes valores não causavam apenas alegria... Os irmãos de José não interpretavam dessa forma, achavam José um fraco em todos os níveis e não aceitavam que os parentes vissem nele algum valor. Por isto, movidos pela inveja, tentaram várias vezes contra a vida dele, pois, o sonho revelado por José em que os feixes de trigo, o sol, a lua e as estrelas se dobravam perante ele, foi interpretado como uma blasfêmia, causando revolta, principalmente entre os irmãos que não aceitavam se curvar perante ele.
A partir desse dia muitas foram as investidas dos irmãos de José contra ele. Numa dessas tentativas o lançaram num poço que estava seco e durante horas pensaram numa forma de contar sobre o pseudo desaparecimento de José ao seu pai, quando uma tropa de midianitas se aproximava deles, decidiram tirar José do poço e o venderam como escravo aos comerciantes que o levaram ao Egito. Eles rasgaram as túnicas de José, mataram um cabrito e encharcaram-nas com sangue voltaram para casa, apresentando as roupas marcadas pelo sangue a família e afirmaram que José tinha sido devorado por um animal feroz. Jacó entra em desespero, a depressão invade a sua alma e durante longos dias, ele desejou a morte.
José é vendido a Putifar, capitão da guarda do Rei do Egito. Após este episódio, se tornou mordomo do seu senhor, foi lançado na prisão sob acusação de estuprador, continuou revelando sonhos e suas revelações o levaram a presença do Rei que se encantou pelas sábias e acertadas interpretações que o conduziram ao cargo de governador do Egito, fazendo o reino prosperar muito.
            Em um desses tempos de escassez e fome a família de José se apresenta a governador do Egito, para lhe pedir ajuda e quando ele lhes aparece todos o reverenciam se curvando diante de José. Gênesis 37 ao 47

O que aprendemos com esta história?

  • Em momento algum podemos subestimar (desvalorizar, menosprezar) as pessoas, mesmo que elas não aparentem nenhum tipo de talento;
  • Em momento algum devemos achar que detemos o conhecimento ou o poder absoluto, baseados apenas na nossa experiência;
  • Em momento algum devemos achar que somos insubstituíveis. De fato somos únicos, foi Deus quem nos criou assim. Todavia não somos os únicos dotados de Inteligência, sabedoria e talentos.

Tive oportunidade de trabalhar em grandes empresas a maioria delas multinacionais. E uma das coisas que me chamava à atenção era a importância que era dada as ações do concorrente, principalmente aqueles que eram considerados pequenos que não representavam nem 2% do mercado. Numa dessas reuniões que participei, ouvi um dos vendedores afirmarem: para que gastar tanto dinheiro para produzir um novo produto que rivalize contra esse outro produto da concorrente que não representa nem 3% do mercado? O gerente regional respirou fundo e disse: meu caro há vinte e cinco anos eu estava na concorrente e hoje o nosso produto que é líder de mercado, naquele tempo só representava 2,5%, por isto acho melhor você não subestimar os que parecem fracos...
Aprendi muito com aquele gerente regional. Principalmente a respeitar as potencialidades das pessoas ao invés de criticá-las ou dificultar a sua caminhada.
Todos nós somos dotados de valores, virtudes, talentos e dons o que denomino como o nosso verdadeiro eu. Quando descobrimos esses valores e decidimos viver a altura deles, pode ser que sejamos incompreendidos, assim como José, mais as pessoas sinceras e verdadeiras mesmo que enfrentem muitas adversidades por algum tempo sempre terminam como vencedores. Há quem afirme que o sucesso de uma pessoa não é medido quando ela começa uma missão e sim quando ela termina.

Pr. Josean Dantas