Como as escrituras tratam o exercício do chamado ministerial para aqueles(as) reconhecidamente vocacionados?
Não há interesse nenhum aqui em propor uma espécie de “batalha teológica” para sustentar esse ou aquele padrão de interpretação em favor de uma tese vocacional, mas, analisar princípios fundamentais para promover equilíbrio no “levantar” de homens ou mulheres ao sagrado ministério. Antes que se tirem conclusões apressadas, deixamos claro que não somos contra a consagração pastoral ou ministerial (outras vocações) de mulheres. Mas somos biblicamente contra, quando estas consagrações não estão em linha com a palavra de Deus, e é sobre este tema que vamos tratar nessa reflexão. Um dos versículos, mas usados para a defesa daqueles que desejam o episcopado, está na carta escrita a Timóteo pelo Apóstolo Paulo:
“Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus? Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo.” I TIMÓTEO 3.1-6 NVI
É bom compreender que na bíblia, bispo, pastor, presbítero, ancião ou líder local tem as mesmas características ministeriais: são apascentadores do rebanho. Apesar de equivocadamente algumas correntes cristãs defenderem a hierarquização desses encargos. Neste versículo, Paulo discorre sobre as qualidades que um vocacionado deve ter para exercer os seu chamado. Sabendo que todas essas premissas são importantes vamos nos deter apenas em quatro delas:
QUE SEJA CASADO OU CASADA.
A bíblia é enfática em afirmar que o vocacionado(a) deve ter uma vida matrimonial, deve entender do amparo aos filhos. Quem deseja ou vai ser consagrado ao chamado pastoral lhe é exigido segundo a palavra que este ou esta seja casado(a). Pois como terá capacidade de defender a família e as coisas que envolvem a vida matrimonial se não tem experiência vivencial nessa área? Como cuidará de forma satisfatória de filhos espirituais se não sabe cuidar pelo menos de filhos carnais? Como aconselhará outros casais no que tange a vida sexual e relacional se não tem vivência em si mesmo?
QUE SEJA APTO PARA ENSINAR
O vocacionado(a) deve manejar bem a palavra da verdade. II Tm 2.15 – Ter experiência para repassar conhecimento bíblico de forma que o ensinado compreenda a exposição da palavra de Deus (didaké). Deve estar pronto para tirar dúvidas e produzir luz no entendimento das pessoas com base nos textos bíblicos.
QUE SEJA AMÁVEL
Deve tratar bem não somente os de fora, mas, os dá própria família, sabedor de que se isto não acontecer ele(a) está agindo pior que um incrédulo. I Tm 5.8 – O tratamento pacífico a todos deve ser uma questão de honra para aqueles que desejam ou foram consagrados(as).
QUE NÃO SEJA NOVO CONVERTIDO
Porque certamente não está maduro o suficiente. E tem pouquíssima maturidade espiritual e eclesiástica. Obviamente o novo converso carece de ensinamento, aconselhamento e acompanhamento através do discipulado. “Promover” um novo convertido há uma vocação episcopal é provocar um “suicido” no próprio ministério.
Todavia, porque tantas pessoas com pouquíssimo tempo de preparo ou que não preenchem os requisitos mínimos são levantadas para exercer funções ministeriais na igreja? Muitas são as variáveis para responder tão comprometedora pergunta, porém, vamos nos deter em algumas delas:
- A força do dízimo: determinada pessoa é de fundamental importância financeira para a Igreja... E para “segurá-la” no “evangelho” (igreja) é necessário agraciá-la ou bajulativamente elevá-la acima dos outros com um cargo... Mesmo que não tenha vocação.
- Conveniência ministerial: determinada pessoa é extremamente dinâmica, cheia de dons e talentos, logo, faz-se necessário conduzi-la em destaque, pois, este ou esta é formadora de opinião, e não se pode tê-la como uma “vendedora de idéias contrárias ao ministério.”
- Ligação familiar: determinada pessoa é um expoente familiar, deve-se favores a ele, logo é evidente que este deva ocupar lugar de destaque mesmo que não tenha vocação.
Como falamos são muitas as variáveis. Geralmente existem muitos interesses por trás de algumas consagrações... E se porventura alguém que foi, é, ou será consagrado, não preencher no mínimo uma das quatros qualificações destacadas: esta consagração foi totalmente humana, desprovida da unção do Espírito e em desacordo com a palavra de Deus. Nossa oração é para que a imposição de mãos seja feita com responsabilidade e não motivada por interesses escusos que ferem a sã doutrina e colocam dúvida sobre o chamado de alguns. Todavia, cremos firmemente que Deus concede dons aos homens e os capacita para a plena edificação do corpo de Cristo. Ef 4.11-12
Pr. Josean Dantas
Comunidade Vida
Amém, isso é a verdade, e a verdade deve ser dita.
ResponderExcluirMuito boa estas considerações sobre consagração ministerial. Geralmente como o amado reverendo discorreu aqui,há uma preferencia do uso do texto de Timóteo 3.1-6 quando se trata na questão da consagração ao sagrado ministério. Haja vista o texto é bem claro sobre o assunto ao ponto de não precisar de alguém para explicar o texto poque o mesmo por si só,já é bem claro. Mas existem outros textos que falam sobre esse assunto e algumas vezes é esquecido pelos ministros.Na carta pastoral de Tito capitulo 1.6-9 diz: Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
ResponderExcluirMas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;
Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.
Eu acho interessante nesse texto muitas coisas,dentre elas é quando paulo diz que o bispo não deve ser ganancioso e deve ser hospitaleiro.É notável em nossos dias tantos "pastores","apóstolos", "patriarcas" que não passa nesse quesito que se fossemos mais a fundo no comentário acho que...Deixa pra lá! Pouquíssimos são aqueles que realmente vestem a armadura do ministério sem serem gananciosos.A pregação capitalista já faz parte de nossas igrejas e isso é uma falta de discernimento espiritual.No Brasil não se vê evangelho e sim negocio.No quesito hospitalidade que também é essencial a um pastor,muitos também nunca seriam pastores,até porque pastor significa ser apascentador,isto é, aquele que cuida de vidas.Tem ministros que não estão nem aí para ajudar um necessitado,só querem receber o dizimo todo més,mas amar de fato as pessoas trabalhando em favor delas,nem pensar.
Penso que tais ministros precisam ainda abrir os olhos e entender realmente o que é evangelho de jesus,pois se não sabem o que é o evangelho,imagina ministério.