Seria ingenuidade de nossa parte
acreditar que a missão de dirigir uma igreja ou coordenar um grupo de pessoas,
seja algo que não libere uma soma de valores morais, intelectuais e espirituais
muita grande, sob a arregimentação de um líder. É verdade que a tarefa é muito
árdua e nem todos que assumem a função estão aptos para tal labor.
Nessas
últimas três décadas as igrejas evangélicas tiveram uma ascensão muito grande,
seja no contingente congregacional ou no poderio comunicativo. Porém na ânsia
de corresponder na mesma proporção deste progresso, as lideranças eclesiásticas
ordenam pastores sem as condições básicas para assumirem tão importante cargo.
E não é novidade para nós quando deparamo-nos com igrejas “revoltadas” com seus
pastores que em casos não muito raros se julgam detentores do conhecimento
humano e espiritual, além de deter a liberdade das ovelhas como se fossem bens
do seu patrimônio egocêntrico e por assim pensarem, passam como tratores por
cima de tudo e de todos. Segundo a palavra de Deus, aquele que deseja o
episcopado grande obra almeja. O apóstolo Paulo conhecia bem as premissas de um
verdadeiro obreiro e a primeira carta a Timóteo no capítulo três deixam claras
as qualificações dos oficiais da Igreja. Então podemos chegar as seguintes
indagações: Como selecionar o homem certo e aferir as suas aptidões. Existem
segmentos evangélicos que não dão tanta ênfase ao currículo educacional do Anjo
da Igreja, por julgarem que a missão de guiar as almas depende
exclusivamente do seu conhecimento espiritual. Outros reconhecem esta condição
como necessária, mas não única e defendem que esta unção especial deve somar-se
ao conceito acadêmico, pois julgam extremamente necessário na totalização dos
valores pessoais.
Podemos
afirmar com base em inúmeros fatos que muito
dos nossos pastores deixam a desejar quando o assunto é relacionamento pessoal.
A essência da palavra pastor diz que ele é aquele que apascenta ou
protege o rebanho. Sinônimos que revelam e caracterizam-no como um protetor ou
guardião dos interesses coletivos. É óbvio que a soma de valores intelectuais
(formação teológica, cursos e afins), são importantes para os pastores, todavia
estes não podem suplantar o homem espiritual que segundo a bíblia foi separado
por determinação do Espírito Santo. A Igreja também precisa reconhecer que sob a figura do dirigente está um ser
falível que assim como os demais, comete erros e sofre questionamentos
interiores. Entretanto, esta condição não lhe dá o direito de tratar as pessoas
como se fossem papéis em cima do birô do
gabinete pastoral. O ofício lhe obriga a esquecer de si mesmo em detrimento do
próximo, pois cabe a ele: instruir, consolar, admoestar, dirigir com justiça e
amor, conciliando com sabedoria os aspectos fundamentais a sua conduta pastoral
na transmissão dos ensinamentos divinos, canalizando e direcionando o Corpo de
Cristo na perfeita comunhão e adoração a Deus. Quem tem deseja o episcopado
excelente obra almeja... Porém nem tudo é flores, tá pronto para encarar?
Pr. Josean Dantas
Comunidade Vida