Deus
é amor, ele não se impõe, se dispõe. Infelizmente a cristandade ocidental
preferiu compreender Deus a partir da onipotência, caso tivesse prestado mais
atenção ao que a revelação do amor indica, com certeza haveria menos ateus no
mundo.
Se houve predestinação ou não é uma questão que não altera o fato de
sermos salvos, mas sei que existem os amantes das sistematizações, para eles poderia
citar um sem número de versículos que legitime ou não o tema, poderia fazer
construções etimológicas, filosóficas ou históricas, e sabendo da importância
deles, citaria os pais da reforma, mas não...creio e prefiro crer no Deus
revelado plenamente em Cristo, o Deus das relações voluntárias, como bem
observou Ricardo Gondim:
Nunca é preciso
hesitar: o amor é simultaneamente frágil e avassalador. Jesus chorou sobre a
impenitente Jerusalém. Lamentou a partida de um jovem rico. E contou uma
parábola usando a figura de um pai abandonado pelo filho para revelar os
sentimentos divinos. O amor que vulnerabiliza também salva.
Não
creio em determinismos. Creio na disponibilidade amorosa de Deus em
salvar sem distinções, porque qualquer deus que tente se impor através
do poder não passa de um ídolo, prefiro crê naquilo que observo em
Cristo:
Deus reconciliando o mundo consigo
e isso eu levo as últimas consequências para afirmar que Ele não
escolheu previamente em detrimento de outros (os excluídos), ele
predestinou a Cruz, nela há eleição para todos
e esses por sua vez tornam-se destinados ao que a própria cruz estabeleceu:
a salvação inclusiva. A cruz destina pessoas à salvação porque ela foi
predestinada para tal.
Na verdade ainda há uma característica
judaica em nosso cristianismo, nos sentimos privilegiadamente eleitos e com
isso, sem perceber, com ou sem intenção, desdenhamos dos humanos que preenchem
a “cota infernal”. Deus salva todos que se disponibilizam para tal.
Fomos,
somos e seremos salvos, discutir
quando e como isso se dá é sexo dos anjos e por isso, ciente da
discussão
histórica, esse texto não oferece respostas cabais para o problema,
apenas celebra essa salvação graciosa e se ela é realmente graciosa é
para todos.
Paulo Sérgio
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